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Desculpe, prefiro fugir de trem.


Tomei um trem rumo à lugar nenhum. Rumo à uma terra distante, onde haja sol, vento, céu bem azul e um campo cheio de girassóis amarelos. Embarquei porque cansei de ficar aqui, definhando, te vendo ser feliz, enquanto pinto um quadro de preto e cinza. Tons de sufoco e desesperança. Quero voltar para casa, voltar a ser criança, me preocupar com coisas pequenas, ser feliz com coisas sem importâncias. Quero partir, partir sem volta, sem retornos, sem desistências. Tô cansada de caminhar para trás, para perseguir algo que aí chamam de amor. 
  Um dia, eu sei, você vai entender porque parti e deixei tudo. Um dia, você vai saber por que sai correndo com uma mala nas mãos, peguei o primeiro trem e fugi. Um dia, você finalmente vai entender que é o culpado de tudo. Veja bem, não tenho escolhas, é melhor seguir em frente do que ficar sofrendo. As pessoas insistem demais no próprio sentimento, sou mais amiga do tempo e do destino. Ademais, deixa que a sorte me conduza e que a vida se encarregue de me fazer feliz. 
   Desejo a você, um amor bem frio. Uma esposa carrancuda e sem graça. Filhos medíocres e uma sogra que te odeie. Espero que você pense todos os dias em mim e que perceba a besteira que fez. Espero que a solidão te aqueça nos dias de inverno e que suas lágrimas te refresquem no verão. Não que eu te deseje todo o mal do mundo. Você tem uma chance. É só correr atrás do meu trem, entrar no meu vagão e dizer que o lugar que eu preciso e que serei feliz é ao seu lado. E que minha mãe é a sogra mais amável que possa existir. Ou talvez você queira viajar comigo. Eu e você, indo de trem à lugar nenhum. Prontos para ser feliz até chegar o fim. 

Mônica Monteiro

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