Desculpe, mas agora me encontrei.

   

    De  repente comecei a ver. Meu mundo preto e branco ganhou brilho e cor. Não sei explicar como, mas o chão virou céu e o céu caiu aos meus pés. E então me vi ali, nua e sem defesas. Sem meus pré-conceitos para me segurar, sem barreiras, sem empecilhos, era apenas eu. Engraçado, quando te encontrei, na verdade, eu me encontrei. E nem sabia que estava perdida, só notei quando te vi e pensei "para onde eu estava olhando esse tempo todo?" 

   Caramba é irreal. Eu sei que todo mundo só escreve sobre isso, só canta isso, só chora por isso. Mas me entenda, estou transbordando, fui inundada. Não tem como fingir que o mundo é o mesmo porque não é. Vejo beleza em coisas que nunca notei, formo corações com as nuvens, caminho sorrindo, as pessoas notam a diferença do meu sorriso, entende? Então não tem como ignorar, na verdade, eu não quero.                               

   Imagina a felicidade de alguém que nunca viu e de repente observa tudo a sua volta e descobre um mundo que antes era só breu e escuridão? Foi assim comigo. Não que minha vida fosse só tristeza, mas é que depois que te conheci, parece que tudo antes era muito sem graça, muito sem cor. Como pude aguentar tanto tempo?

  E agora que eu te encontrei, terei de engolir todos aquelas coisas que eu dizia sobre os casais apaixonados. Minhas reclamações "cri-cris" sobre aquele melo-melo, te amo para lá -te amo para cá, beijos e sorrisos, aquele sentimento que não cabia dentro deles. Antes, eu ficava brava, irritada e até constrangida. Hoje, eu olho e me vejo ali, completamente perdida, exatamente como eles. O problema não estava neles afinal, estava em  mim. Eu é que nunca havia sido inundada pela enxurrada de clichês e sentimentos. Eu é que não via que o amor estava em tudo e todos. E que perder um beijo por causa de olhares severos, é perder a chance de ser feliz ali e agora. Pode parecer exagero ou até "draminha", mas sinceramente se você chegou até aqui e não se sentiu como eu, pare. Viva. Encontre a pessoa. Retorne e me diga: agora eu sei, como é bom ser uma boba (o) por amor. Só por amor. 

Mônica Monteiro