
Desculpe, tô faladeira.
Não sei qual é o ritmo das coisas, nem porque acontecem. Não sei cortar o mal pela raiz, porque eu só percebo que é mal tarde demais,ou melhor fundo demais, na raiz. E entenda, nunca escrevo o que de fato sinto e se você acha que esta a par de mim, só me lendo, só lamento. Nunca fui assim tão aberta a ponto de soltar minha vida no colo de alguém, tanto que como consequência , escrevo assim meio gaguejado, assim bem ruim, por não saber falar aquilo que ta lá, beliscando. Mas estes dias peguei a dor pra conversar, tomar um chá, e então desabafei, ou melhor, desabei. Ela me disse tantas coisas. Disse que eu gostava dele, e que ela também, pois a fazia crescer. E como boa aluna, parei para aprender. Atrevida ! Não me sabes e tira conclusões tão fieis de mim. Beijei-a então no rosto me despedindo, se a dor pensa que me conheces bem, que dirá a Alegria, tão vizinha,e que nem o nome dele sabe. Mas eu me saboto. Costumo, as vezes, omitir tanto, mas tanto que sumo, devaneio, me propago e quando percebo, pior que idoso em ônibus, lá estou eu puxando papo de novo, desta vez com a saudade, e contando a esta que sinto tanta falta. Ela me entende, e dialogamos sincronizadas, conto a ela também sobre ele, ela diz que lembra e sente também, mas me recorda então, que já foram tantos outros e ele só mais um. Dotada de razão e experiencia, diz mais "Manda este coração se controlar, que ainda tem gente pra chegar, e então vou me embora, já já ,de malas feitas e sem demora". Enfim, ainda sem papas na língua, fui tirar uma prosa com o tempo, este velho sábio disse que agora, casa vazia pode receber morador e depois de ter como inquilino a saudade a dor, ele vai entrar, para enfim, limpar toda a bagunça que elas causaram; E o sábio disse por fim, que ia colocar as coisas em ordem e tudo no lugar, e na porta uma placa amarelinha dizendo "Bem vindo querido, pode entrar".
Andreza Ramos
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