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Teatros da vida

Cena 1 – O Impossível

- Justo você, que não gosta de mim, despertou meu amor.
- Mas eu gosto de você. Muito.
- Eu sei. Tento mudar a verdade pra me sentir melhor. Melhor seria se fosse o oposto.
- Por quê?
- Ia doer menos.
- Dor não se mensura.
Anatomia da dor.
- Gosto de pensar que sim.
- Você pensa demais.
- Só queria entender.
- Se fosse pra entender, não teria o valor que tem.
- Fácil pra você dizer.
- Acha que não dói em mim também?
- Sei que dói. Só é uma dor diferente.
- Já disse que dor não se mensura.
- Nesse momento, a minha é a maior de todas.

Cena 2 – O Imperfeito

- Eu quero.
- Mas não pode.
- Uma coisa não anula a outra.
- Não quero pensar nisso. O que não tem remédio, remediado está.
- Por que você foge tanto?
- Sou eu que acabo me dando mal. Mais na cara, impossível.
- Eu me dou mal também. Nesse momento estou me dando muito mal.
- O teu ‘eterno’ é efêmero demais. Quando viu, já não existe mais.
- Você fica medindo o tempo e não a intensidade…
- Eu fico medindo até onde dá pé pra mim.


- Eu te seguro. Se não der pra atravessar, eu te coloco de volta na borda.
- Não entendeu que você já está sufocando. No máximo, vai me levar junto.
- Seria ruim morrer comigo?
- Não quero.
- Seria?
- Não. Mas não quero.
- Você pensa demais…
- Você pensa de menos…

Cena 3 – O improvável

- Não pensei que poderia ser com a gente.
- Quase que passa o tempo de descobrir.
- Não tem tempo pra isso.
- Gosto da dramaticidade.
- E agora?
- Sei tanto ou menos que você.
- Como vai ser daqui pra frente?
 - Não sei! Tinha tudo planejado de um jeito diferente.
- Ah, é?
- Tinha. Não parecia nada correto, mas estava tudo meio que traçado.
- Eu queria. Não dizia nada, mas queria.
- Eu também. Mas era muito confuso ver aqueles planos tomando outras formas.
- Outras formas…
- As tuas.
- Novo mundo?
- Mundo novo.


Para o bem ou para o mal, os momentos de incerteza rendem as conversas mais bonitas.

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