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Desculpe, gosto dos seus braços franzinos.






Sentei no sofá. Era realmente uma sala convencional, uma televisão, um porta-retratos de "pessoas-sendo-felizes", e uma luz que iluminava a casa por uma janela entreaberta. Um relógio, mais alguns retratos. O sol que entrava deliberadamente pela janela conforme a fresta permitia, aquecia a sala, mas não chegava a mim.   Talvez não por acaso. Eu queria mesmo, ser a fria da historinha, talvez a bruxa ou a madrasta má. Porque nossas histórias não são lá tão parecidas com as açucaradas que enfiamos às crianças, pobres. E ainda ali sentava, quando lá pelas dez, o sol toca meus pés, consegue se arrastar até conseguir achar um pedaço de pele para aquecer, transmitir este tal color, aquela energia, que os quadros com todas aquelas pessoas-felizes são transmitiam. Você. Então como quase de súbito, liguei o som, alto muito alto. Algo bom havia acontecido, a melodia estrondante do Jazz inundava meus sentidos com violência, e a benevolência de suas batidas, faziam meus pés outrora frios, dançarem. Ainda na sala, sem graça. A casa de madeira tremia a cada nota do baixo, e penso que talvez o sol também. E tudo agora se resumia à musica altíssima , o sol e os porta-retratos, que agora caíam ao chão pela vibração dos móveis. Mas quem se importava ? O dia é de jazz, meu amor, jazz e sol... Quando acordei.  estava ainda na minha cama, mas não na mesma casa, mas agora na minha casa. Onde estivera por todo aquele tempo? Quando sinto em volta de minhas costelas braços, (risos)  franzinos, e um nariz tranquilo e pequenininho da minha nuca. Tudo se fez claro como o sol que desta vez estrava na realidade de meu quarto. Era ele. E o jazz, conjunto de todos aqueles quadros e sol, é estímulo natural que meu corpo produz quando ele, trivialmente, toca-me. Este mal de ser "epidermicamente" sensível ainda me levará a ruína. Mas hoje, é dia é jazz.





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